QUEM BATE À PORTA? KNOCKIN’ ON HEAVEN’S DOOR E APOCALIPSE 3.14-22[1] Cesar Motta Rios - 13/06/2017 (Arquivo em PDF disponível ao final da postagem) 1) Formam-se pequenos grupos. Cada grupo recebe uma figura de porta. Tarefa: Escrever palavras (pelo menos 2) que venham às mentes olhando a imagem. Depois de dois minutos de espera, coloco a música Knockin’ on Heaven’s Door de Bob Dylan. As duplas que não tiverem terminado terão até o fim da música. 2) Compartilham-se as palavras. Cada dupla mostra e descreve a figura recebida e diz as palavras escolhidas. 3) O moderador do estudo observa que a música não é originalmente do Guns N' Roses como muitos pensam, mas do Bob Dylan. Importante observar, também, que foi composta para um filme (Pat Garrett and Billy the Kid, 1973), e que é tocada em uma cena em que um personagem é gravemente baleado. O céu aparece com cores do crepúsculo. Há toda uma tristeza comunicada por imagens e sons. Se possível, pode-se usar as imagens. Lemos a letra da música traduzida ou acompanhamos ouvindo a versão de Zé Ramalho: Mãe tire o distintivo de mim / Que eu não posso mais usá-lo / Está escuro demais pra ver/ Me sinto até batendo na porta do céu / Bate,bate,bate na porta do céu /Bate,bate,bate na porta do céu / Mãe guarde esses revólveres pra mim /Com eles nunca mais vou atirar / A grande nuvem escura ja me envolveu / Me sinto até batendo na porta do céu / Bate,bate,bate na porta do céu / Bate,bate,bate na porta do céu Comentários: A pessoa que canta se vê prestes a morrer. Aquilo que, em princípio, lhe dava segurança e autoridade nesta vida parece perder valor. O distintivo não faz mais sentido. As armas se tornam inúteis. Ele se encontra na escuridão. Sente como se estivesse batendo nas portas do Céu. E esse bater é insistente, repetitivo. Parece haver certa ansiedade. A porta não se abre? 4) Conversa: Nós também confiamos nos nossos “distintivos” e “armas” às vezes? O que seriam? Nós também nos iludimos sobre a força que temos? E como é quando pensamos no fim? 5) Será que é isso mesmo que precisamos sentir diante da morte ou quando pensamos na morte? Será que vamos ficar batendo à porta para ver se ela se abre? Antes de respondermos, vamos ler um texto que conta uma história parecida, mas com um final diferente: Apocalipse 3.14-22. Comentários: O problema do pessoal da Igreja de Laodiceia, uma cidade rica e de economia bem ativa, parece que era bem complicado. Eles eram "mais ou menos", e achavam que já eram bons demais. Se eles se vissem como carentes ou se eles fossem mesmo bons, estaria tranquilo. Se reconhecessem que eram totalmente falhos, procurariam pelo socorro de Deus com humildade. Mas não. Não percebiam. (Reler versículos 15 e 16.) Pensavam ter o que não tinham, ser o que não eram. Estavam completamente enganados. (Reler versículo 17.) Qual a solução? Não era levar essa situação confusa até as portas do Céu. Não era fingir que estava tudo bem, nem ficar agoniado se culpando eternamente. Era simples: Em vez de continuarem tocando a vida como vinham fazendo, valorizando a vida conforme os valores corriqueiros desta vida, deviam "fazer negócio" com Cristo. Em Cristo, encontrariam algo realmente valioso, e algo que lhes daria verdadeira dignidade, uma dignidade eterna e não somente uma aparência de dignidade diante dos outros. Aliás, é em Cristo que eles encontrariam, também, o remédio para enxergarem a realidade da forma certa. Eles perceberiam que "distintivo" e "armas" não são tudo que parecem ser. (Reler versículo 18) Jesus sabe que esse seu discurso é duro. É radical mesmo. Então, deixa claro seu objetivo: não aterrorizar, mas conduzir os leitores/ouvintes, redirecioná-los para o rumo certo. (Reler versículo 19) E, agora, vem a parte mais interessante de todas! Jesus deixa bem claro que esse conflito todo, toda essa situação confusa de valorizar o que não tem valor, de se iludir com as coisas, de não ser o que se pensa ser, não precisa ser levada por toda a vida e para além da vida. Não haverá assunto pendente ou incerteza às portas do Céu, porque, antes, é Jesus que vem bater à porta, querendo ter comunhão com cada um. Além do mais, ele já se faz presente com as pessoas nesta vida, para que esta vida seja vivida de uma forma melhor. (Reler versículo 20[2]) E essa vinda de Jesus à porta, para cear já com cada pessoa, faz com que não haja mais dúvida sobre se há lugar para a pessoa no Céu. Há lugar, e não é qualquer um. Quem tem comunhão com Cristo, que venceu a morte, torna-se vencedor, e não fica de fora, às portas, esperando. (Reler versículo 21) Esse texto do Apocalipse mostra uma perspectiva diferente daquela encontrada na música de Bob Dylan. Certamente, há, nos dois, uma semelhança: ambos desvelam a pequenez do ser humano, por vezes ocultada em seu cotidiano. Porém, é no texto bíblico que irrompe uma solução extraordinária, que não só aponta para uma possível realidade melhor no Céu, mas anuncia a vinda do Céu até o ser humano em vida. 6) Conversa: O texto fala sobre gente como a gente? O alerta serve para nossas vidas hoje? E Jesus batendo à porta? O que nos faz pensar? 7) Por fim, havendo tempo, escutamos a música O Jantar da Banda Resgate. Oração sugerida: Pai, agradecemos porque o Senhor não nos deixa na incerteza, ansiedade e dúvida sobre sermos ou não acolhidos por ti. Agradecemos porque o Senhor vem até nossas vidas e se faz presente. Que possamos viver melhor com tua companhia, em comunhão verdadeira contigo. Por Cristo Jesus, amém. [1] Estudo ministrado em Comunidade Terapêutica dedicada à recuperação de dependentes químicos na região do Vale dos Sinos (RS). Disponibilizado pelo responsável no blog www.cristianismoeantiguidade.weebly.com [2] Há quem veja o versículo 20 como uma mensagem predominantemente de Lei/Juízo. Eu, de minha parte, o leio como comunicando o Evangelho/Mensagem da Graça de modo belíssimo.
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ESTUDO BÍBLICO SOBRE AUTOCONTROLE[1] Cesar M. Rios 1. Cada grupo (2) descreve o objeto da figura que recebeu sem utilizar a palavra “controle” ou o verbo “controlar”. [Figura 1) Marionete; Figura 2) Carrinho de Controle Remoto] 2. Perguntas: O que há em comum entre os dois? Qual o tema do estudo? Alguém faz ideia? 3. Um grupo lê o relato de Gênesis 39.6-17, enquanto outro grupo lê o relato de Juízes 16.4-21. Em conjunto, o grupo pensa como poderá contar ao outro grupo a história narrada de modo bem breve. E deve obrigatoriamente usar na “contação” a palavra AUTOCONTROLE. 4. Breve exposição do moderador: Autocontrole é parte importante da vida de qualquer pessoa. Mas é algo que se percebe mais quando falta. É como água. Você nem lembra que, geralmente, tem água disponível para beber. Mas, aí, vem a sede e acabou a água na garrafa! Como faz falta! Depois de fazermos algo movidos por um desejo que não controlamos, por raiva momentânea ou desespero, por vezes, paramos e pensamos: “Caramba! Eu devia ter me controlado!” ou “Se eu tivesse parado para pensar!”. O tal autocontrole faz tanta falta para vivermos uma vida boa, sem fazermos mal para nós mesmos e para os outros que nos cercam, que ele aparece na Bíblia de forma bem especial. Uma vez, acontece no livro de Atos (24.24-25). O apóstolo Paulo estava preso, e o governador Félix (junto com sua esposa) chama-o para que falar mais a respeito da fé em Jesus Cristo. Paulo vai lá e fala “sobre a justiça, o autocontrole e o julgamento vindouro”. Espera, chamam o sujeito para falar da fé em Jesus e ele coloca autocontrole na conversa? Deve ser coisa importante para ser cristão então! Será que só gente muito “autocontrolada” pode ser cristã? Será que o cristianismo que Paulo pregava exigia como pré-requisito para o fiel o autocontrole? Não é isso! Se lemos um trecho de uma carta escrita pelo mesmo Paulo, a coisa fica mais clara. Vamos a Gálatas 5.22-25. O autocontrole aparece nessa lista que mostra o que é o “fruto do Espírito” em nossa vida! Paulo já havia mencionado que os cristãos gálatas já haviam recebido o Espírito Santo (Gl 3.2). Agora, ele está falando de consequências do Espírito na vida prática das pessoas. Uma parte da consequência é o autocontrole. Ou seja, o autocontrole não é condição para receber o Espírito e ser filho de Deus. É uma consequência! Esse fruto do Espírito faz parte do que nós somos como cristãos (“vivemos no Espírito”) e pode, naturalmente, fazer parte da forma como agimos no dia a dia (“andemos no Espírito”). E o que podemos fazer se reconhecemos que o autocontrole, mesmo sendo fruto do Espírito, não parece perfeito em nossas vidas? Primeiro, precisamos reconhecer que a perfeição só virá nos Céus, depois desta jornada aqui. Em segundo lugar, podemos descobrir em Gl 6.7-8, que podemos semear para o Espírito, de modo a colhermos para a vida eterna. Uma forma de entender esse semear é pensar na forma como investimos atenção para as coisas do Espírito. Ou seja, podemos nos expor mais à Palavra de Deus, porque o Espírito Santo age por meio dela para produzir fruto em nós, em vez de investirmos atenção em coisas que produzem dano a nós e ao próximo. Isso tudo é uma bênção, um cuidado de Deus para nós, e não um teste que Deus aplica. Ele só quer, além de nos perdoar, nos ajudar a vivermos melhor, e não nos avaliar para nos aprovar ou reprovar. Afinal, a aprovação já foi garantida por Jesus na cruz para todos nós. É bom, então, poder viver, com ajuda de Deus, uma vida melhor. 5. Conversa livre a respeito do AUTOCONTROLE. Faltando motivação para falar, os participantes retiram versículos dispostos em papeis. Esses versículos podem sugerir rumos para a conversa. Estarão disponíveis os seguintes: Pv 12.16, Pv 15.18, Pv 19.2, Pv 16.23, Pv 17.14 e Pv 22.24-25. 6. Encerramos com uma oração, na qual reconhecemos diante de Deus nossa incapacidade de mantermos sempre o autocontrole, e também pedimos a Ele que, por meio do Espírito Santo, nos ajude a ter mais autocontrole em nosso dia a dia. [1] Realizado por primeira vez no dia 09/05/2017, em uma comunidade terapêutica dedicada à recuperação de dependentes químicos. Caso queira utilizá-lo, faça-o livremente. Julgando por bem, divulgue o blog como fonte.
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AutorCesar M. Rios Histórico
September 2018
Assuntos
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